Chama-se traço a proporção em volume entre os componentes das argamassas (usualmente cimento, cal hidratada e areia). Os traços variam de acordo com a utilização que vai ser dada à argamassa. A tabela abaixo apresenta os traços indicados para as utilizações mais comuns das argamassas. (Fonte: "Tabela de Composições de Preços para Orçamentos - TCPO 10" - Editora Pini - 2000).
APLICAÇÕES | | TRAÇOS | | |
Grupo | Subdivisão | Cimento Portland | Cal Hidratada | Areia | Categoria da Areia |
Alvenaria de Tijolos Maciços | esp. 1 tijolo - 20 a 22cm | 1 | 1,5 | 6 | grossa comum |
| esp. 1/2 tijolo - 10 a 11cm | 1 | 2 | 8 | grossa lavada |
| esp. 1/4 tijolo - 5 a 6cm (cutelo) | 1 | 2 | 8 | grossa lavada |
Alvenaria de Tijolos Laminados (maciços ou 21 furos) | esp. 1 tijolo - 20 a 22cm | 1 | 1 | 6 | grossa lavada |
| esp. 1/2 tijolo - 10 a 11cm | 1 | 1 | 5 | grossa lavada |
Alvenaria de Tijolos de 6 Furos | a chato | 1 | 1,5 | 6 | grossa comum |
| a espelho | 1 | 2 | 8 | grossa lavada |
Alvenaria de Tijolos de 8 Furos | a chato | 1 | 1,5 | 6 | grossa comum |
| a espelho | 1 | 2 | 8 | grossa lavada |
Alvenaria de Blocos de Concreto para Vedação | esp. 20cm | 1 | 0,5 | 8 | grossa lavada |
| esp. 15cm | 1 | 0,5 | 8 | grossa lavada |
| esp. 10cm | 1 | 0,5 | 6 | grossa lavada |
Alvenaria de Blocos de Concreto Autoportantes | esp. 20cm | 1 | 0,25 | 3 | grossa lavada |
| esp. 15cm | 1 | 0,25 | 3 | grossa lavada |
Alvenaria de Blocos de Vidro | | 1 | 0,5 | 5 | média lavada |
Alvenaria de Pedras Irregulares | | 1 | | 4 | grossa comum |
Alvenaria de Elementos Vazados de Concreto | esp. 6cm | 1 | | 3 | média lavada |
Chapisco | sobre alvenaria | 1 | | 4 | grossa lavada |
| sobre concreto e tetos | 1 | | 3 | grossa lavada |
Emboço | interno, base para reboco | | 1 | 4 | média lavada |
| interno, base para cerâmica | 1 | 1,25 | 5 | média lavada |
| interno, para tetos | 1 | 2 | 9 | média lavada |
| externo, base para reboco | 1 | 2 | 9 | média lavada |
| externo, base para cerâmica | 1 | 2 | 8 | média lavada |
Reboco | interno, base para pintura | | 1 | 4 | fina lavada |
| externo, base para pintura | | 1 | 3 | fina lavada |
| barra lisa | 1 | | 1,5 | fina lavada |
| interno, para tetos, base para pintura | | 1 | 2 | fina lavada |
Assentamento de Revestimentos | interno-cerâmicas | 1 | 1 | 5 | média lavada |
| externo-cerâmicas | 1 | 0,5 | 5 | média lavada |
| peitoris, soleiras e capeamentos | 1 | | 4 | média lavada |
Pisos | base regularizadora para cerâmicas | 1 | | 5 | grossa lavada |
| base regularizadora p/ pisos monolíticos | 1 | | 3 | grossa lavada |
| base regularizadora p/ tacos | 1 | | 4 | grossa lavada |
| colocação de cerâmicas | 1 | 0,5 | 5 | média lavada |
| colocação de tacos | 1 | | 4 | média lavada |
| cimentados alisados | 1 | | 3 | fina lavada |
Importante:
- Cimento e areia medidos secos e soltos. Cal hidratada medida em estado pastoso firme.
- Não se recomenda que as argamassas base para pinturas do tipo epóxi contenham cal, que retarda a cura e diminui sua resistência, podendo a argamassa ser desagregada pelas tensões provocadas pelo processo de polimerização das resinas epóxi. Recomendamos que se consultem os fabricantes das tintas epóxi, para definição dos traços recomendados para as argamassas base para as pinturas deste tipo.
- Existem diferentes tipos de aditivos químicos que podem ser utilizados nas argamassas, entre eles: impermeabilizantes, adesivos, aceleradores de pega, retardadores de pega, plastificantes, controladores de fissuração, etc. Recomendamos que se consulte o fabricante dos aditivos para definição dos traços das argamassas a serem aditivadas e a especificação e proporção do aditivo a ser utilizado.
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Produção de argamassas (01-2005) - Texto produzido pela Assessoria do Selo de Qualidade da Associação Brasileira dos Produtores de Cal (ABPC)
Para a produção de argamassas, indicamos os procedimentos abaixo: - Para argamassas de uso imediato, os passos para mistura manual são:
- Medir primeiro o agregado (areia) e esparramar para formar uma camada de cerca de 12cm de altura;
- sobre essa camada de areia colocar os aglomerantes (cal hidratada e cimento);
- mexer até formar uma mistura homogênea, depois, amontoar a mistura, abrindo um espaço no meio para adição da água;
- adicionar e misturar a água aos poucos, evitando o excesso.
- Já para mistura mecânica o procedimento é o seguinte:
- Ligar a betoneira (ou similar);
- colocar o agregado (areia);
- adicionar a metade da água;
- colocar os aglomerantes (cal hidratada e cimento);
- adicionar o resto da água, evitando sempre colocar em excesso;
- tempo de mistura: de 3 a 5 minutos.
Se for possível deixar a argamassa em “descanso”, por 16 a 24 horas, pode-se obter maior rendimento, melhor liga e redução das microfissuras, entre outras vantagens. É a chamada argamassa intermediária, em que se misturam a cal hidratada e a areia, sem adicionar o cimento portland. Depois da maturação, coloca-se o cimento no momento da aplicação. (Fonte: Guia das Argamassas nas Construções, da Associação Brasileira dos Produtores de Cal-ABPC). |
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